Desmaios, queimaduras, fraturas, convulsões e até engasgos são situações que, apesar de parecerem improváveis no dia a dia corporativo, podem acontecer em qualquer empresa — e até mesmo em casa. Saber como agir nos primeiros minutos é essencial para proteger vidas e evitar que o quadro se agrave antes da chegada do atendimento especializado.
Com o objetivo de reforçar os conhecimentos do time, a equipe da URC Diagnósticos participou, na manhã deste sábado (24), de um treinamento sobre primeiros socorros, realizado na Sociedade Recreativa Mampituba. A atividade foi conduzida pelo bombeiro e especialista em primeiros socorros, Silvano Alexandre, que atua na área há 17 anos e também é fundador da KSE Treinamentos.
Com abordagem prática e descontraída, Silvano apresentou os principais procedimentos que qualquer pessoa — mesmo sem formação em saúde — pode adotar em situações de emergência. “A primeira coisa é manter a calma. Alguém precisa estar tranquilo para agir nessas situações. Por isso, sempre começo falando sobre o fator emocional”, explicou.
A seguir, veja algumas das orientações reforçadas pelo especialista:
1. Desmaios: deite a pessoa de lado e afrouxe roupas apertadas
Ao presenciar um desmaio, a recomendação é colocar a vítima na posição lateral de segurança, o que evita engasgos caso ela vomite. É importante também afrouxar cintos ou golas apertadas e nunca oferecer água ou alimentos até que ela esteja plenamente consciente.
2. Convulsões: não tente conter os movimentos nem coloque objetos na boca
Durante uma crise convulsiva, o ideal é proteger a cabeça da pessoa com algo macio, afastar objetos ao redor e aguardar o fim da crise. Depois, posicione-a de lado e chame o socorro. “Não se deve segurar nem introduzir nada na boca da vítima. Antigamente se propagava a ideia de que a pessoa poderia ‘engolir a língua’, mas isso é um mito”, alertou o instrutor.
3. Queimaduras: água corrente, nada de pasta de dente
Queimaduras leves devem ser resfriadas com água corrente. Aplicar produtos como pasta de dente, manteiga ou banha pode agravar a lesão. “Ainda tem muita gente que insiste em fazer isso. Mas o correto é só água”, orientou.
4. Engasgos e OVACE: situações comuns que exigem atenção imediata
Quando se fala em afogamento, é comum pensar em rios, praias ou piscinas. Mas a obstrução das vias aéreas — conhecida tecnicamente como OVACE (Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho) — pode ocorrer em situações simples, como ao tomar café ou comer algo no ambiente de trabalho.
Se a pessoa ainda conseguir tossir ou falar, deve-se incentivar a tosse. Caso não consiga mais respirar ou emitir sons, é preciso iniciar manobra de Heimlich (batidas nas costas e, em um segundo momento, caso necessário, abraçar a vítima por trás e pressionar o diafragma). Em caso de insucesso nas intervenções, acione o socorro imediatamente.
5. Acione os serviços de emergência e oriente a equipe
Ter os números do SAMU (192), do Corpo de Bombeiros (193) e da Polícia Militar (190) gravados e visíveis no ambiente de trabalho é uma medida simples e eficaz. “Saber para quem ligar, o que fazer e o que não fazer já é um grande o. Esses primeiros momentos são decisivos. Primeiro, diga o nome; depois, o endereço; e, em seguida, o relato da ocorrência”, afirmou Silvano.
O treinamento com a equipe da URC reforçou essa preparação para os chamados “eventos iniciais” — situações que podem acontecer a qualquer momento e que exigem atitude, informação e autocontrole. “Temos o hábito de fazer esses treinamentos todos os anos porque entendemos a necessidade de sempre reforçar esses conteúdos, tendo em vista sobretudo a nossa missão de cuidar das pessoas, sejam elas nossos pacientes ou colegas de trabalho. Esses casos nunca são esperados, mas podem acontecer. Estar preparado para isso pode significar salvar vidas”, ressaltou o diretor e sócio da clínica, o radiologista Rafael Amante.
A enfermeira responsável técnica da clínica, Tatiana Nunes Zaccaron, também destacou o impacto positivo da ação entre os colaboradores. “Esses treinamentos são muito bem recebidos pela equipe porque oferecem orientações práticas e aplicáveis no cotidiano. Eles trazem mais confiança para agir em situações inesperadas e reforçam nosso compromisso com a segurança de todos”, afirmou.
Colaboração: João Pedro Alves
Alfa Comunicação e Conteúdo